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segunda-feira, 9 de abril de 2012

"Chora", disse-me o coração. " Disfarça enquanto sorri", pediram-me os olhos cassados de molhar o rosto. Na serenidade da noite, muita coisa fica escondida. Tanto se subentende no escuro do quarto. Pode ser que eu sorria, ou que a menina crescida escolha chorar. Mas a parte mais interessante, é que ninguém desconfia. Ninguém saberá o que eu escolhi, porque não há marca profunda o bastante que uma noite não faça parecer curada. E na brevidade dessas horas que passam, eu vejo meu quarto sendo tomado por um fosco brilho, que alumia os cantos devagar. É o dia em seus primeiros raios de sol, me dizendo que vai nascer. Ele parece me perguntar: está pronta? Como quem quer muito dizer que não, eu preciso balançar a cabeça afirmativamente para que o Sol se permita sair de trás das colinas. Para que eu me permita sair de trás das colinas também. Dou meu veredito, ele nasce outra vez, e assim eu abro os olhos que não se fecharam. Na cidade toda, os despertadores soam como sinos rachados. As pessoas se levantam,tudo segue seu traço na mais perfeita melancolia. Outra segunda-feira, outra manhã fria de outono, outro pedaço de um abril despedaçado se desprende de mim. O dia nasceu, e me convenço inteiramente que foi eu quem permitiu o Sol no céu outra vez. Tão singular o astro rei no manto azul que sinto o desamparo por não me acompanhar na solidão. Parto-o em mil fragmentos, espalho no firmamento os pequenos feixes luminosos e as chamo de estrelas.

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