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quarta-feira, 18 de abril de 2012

Eu desço do pilar que me sustenta e me encontro comigo mesma. Sento num banco de praça, e então somos apenas eu e minha circunstância. Ver daqui o Sol tingindo o céu num tom róseo, enquanto se esconde no fim da tarde, dá a tudo um ar mais irreal. Viajo para dentro do um infinito particular interior, sem mover uma folha ao meu redor. Um rapaz se aproxima, e se senta na outra ponta do banco. Haviam tantos outros bancos naquela praça, e tantas outras praças naquela cidade, mais foi ali que ele se sentou. E era ali que eu também estava. Retorno ao meu ser de forma lúcida, a tempo de ouvir suas primeiras palavras depois de um profundo silêncio: " eu me apaixonei pela sua tristeza". Meus ouvidos não tinham certeza do que acabavam de escutar, e eu, com quase uma interrogação na fisionomia, olhei para aquele rapaz pela primeira vez e ele proferiu aquelas palavras de novo fielmente. Ele não sabia meu nome, o que me trouxe até ali e nem o motivo dessa tristeza que gerou em si fascínio. Apenas disse, e sorriu. E eu também não sabia nada sobre ele. Ficou ali por mais quinze minutos que mais pareceram horas inteiras no meu estranho constrangimento. Se levantou, e seguiu seu caminho. Percebi que bem lá na frente, olhou para trás. Quem sabe ele tinha mesmo se apaixonado. Não por mim, mas pela minha tristeza. E quem sabe até, eu tivesse me apaixonado também. Não por ele, mas por sua coragem.

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