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terça-feira, 28 de setembro de 2010

PostHeaderIcon " Continuação do " Quanto tempo ainda resta" "

"Clara correu pelas escadas se pendurou no corrimão e parte da madeira cedeu. Eu tinha prometido que iria consertar o corrimão. Clara caiu, foi estrondo quando sua pequena cabeça atingiu o piso. Meus olhos não conseguiam absorver as imagens. Meu corpo não obedecia meus comandos. Eu queria levantar. Clara estava desmaiada e uma poça gigante de sangue se formava em sua volta. As lagrimas começaram a percorrer meu rosto. Eu a gritava, clamava a Deus. –Clara, por favor, não...

A ambulância chegou com um barulho ensurdecedor, com ela os médicos. Pediam para eu sair de perto dela. Mais eu não podia. Será que eles não sabiam, era minha filha que estava ali, era meu dever protege – lá. Não queria largá-la ali sozinha. Os enfermeiros colocaram-na na maca e a levaram. Ela não acordou. Por que eu não concertei a escada, porque eu não falei com ela, porque eu nunca fui ao balé. Por quantas vezes eu deixei de ser pai?Foi quando Clara parou de respirar que eu me fiz essas perguntas. Porque temos que perder alguém ou alguma coisa para aprender a amar e dar valor?
Ah dias eu não era mais o mesmo e jamais seria. Aquela tristeza sucumbia minha alma. Depois de tudo minha esposa foi embora, pois há tempos eu não era um marido. E muito menos um pai. Ela fez questão de me dizer isso enquanto fazia as malas de volta. Clara sustentava meu casamento. Era um vinculo. Mais agora não tinha Clara muito menos casamento. Eu chorei tudo que podia chorar. Como um menino. E descobri no dia que Clara morreu. Que os anjos vem e vão. Mesmo quando são crianças. Qual é a ordem natural das coisas... Nascer, crescer, multiplicar e morrer. Não. A ordem natural das coisas é um pai amar seus filhos a cima de qualquer coisa. Porque se você ama. Faz tudo. Inclusive desenhar com giz..."

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