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terça-feira, 19 de abril de 2011

PostHeaderIcon " Continuação de 'Um quase amor' "

"Paris, 19 de março de 2000. Século XXl


Marie decidiu que já era hora de recomeçar a sua vida, dar uma segunda chance ao seu coração. Josh tinha ficado em Proença e não tinham mais nada, nem contato. Pierre parecia ser um rapaz um tanto interessante, porém retraído. Mas pelo seu olhar de cada dia, percebia que seu sorriso era um convite pra entrar e começar uma amizade. De vero, já era hora. Cinco quadras percorridas, Marie estava diante do balcão onde certamente estava Pierre. Certamente, mas não estava. Uma moça a atendeu, e perguntou se desejava alguma coisa. Marie, indagou por um rapaz loiro, que usava sempre um óculos de aros pretos e estava sempre a pintar. A moça fez um tom de tristeza com a voz, e informou que seu nome era Pierre e já não mais trabalhava ali. Pediu contas na véspera, e mudou-se para Proença, para curar uma paixão descabida que alimentava a mais ou menos um ano. No entanto, pela manhã os jornais anunciaram a morte de um rapaz muito jovem, decorrente de um acidente de carro. No veículo foram encontradas várias telas com o rosto de uma moça, que a mídia preferiu não divulgar. Era Pierre que falecia. A moça continuou, dizendo que ele havia deixado várias outras telas pintadas ali, e que se por ventura, alguém o viesse procura-lo ,sua vontade seria de deixar as telas com quem sentisse sua falta por de trás do balcão.


Marie sentiu seus olhos se encherem de água, sem saber ao certo por que. Pierre era até então um desconhecido, que nunca lhe dirigiu a palavra. Mas a sua ausência deixava outro vazio. É como se olhos azuis por traz de um óculos de aros pretos a seguissem pelo caminho da escola, e aquilo que trazia a sensação de proteção que perdeu, com a morte de seu pai. Pediu para ver as telas pintadas por Pierre e teve a impressão de que uma enorme mão apertava seu coração: Eram mais de trinta, e todas suas, pintadas cuidadosamente em cada traço, como se Marie posasse para Pierre estaticamente por longas horas. Era tamanha a perfeição em cada detalhe, que Marie soltou um grito abafado, seguido de um profundo silencio. O nome daquilo talvez fosse fascínio, paixão e há quem diga até amor. O grande lamento é que ela nunca mais soube como era se sentir viva por dentro, porque o olhar de Pierre nunca mais curou o frio rigoroso que fazia em Paris."

1 comentários:

pamela.almerinda disse...

lindooo texto , triste mas bonito ;/

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